sábado, 21 de março de 2015

No fundo do poço

     A absurda mediocridade e a estratosférica incapacidade desse governo são inacreditáveis. Não há nada, rigorosamente nada, que seja aproveitável. Todos os indicadores imagináveis estão em queda livre e irreversível. Hoje, por exemplo, para não deixar dúvidas quanto à nossa caminhada para o fundo do poço, ficamos sabendo que o desmatamento na Amazônia praticamente triplicou nos últimos doze meses, devastando mais uma das falácias petistas, a de que zela pelo meio ambiente.
     E as únicas respostas que surgem do Planalto são produzidas no gabinete dos marqueteiros, responsáveis pelo mundo de fantasias que insistem em enfiar pela nossa garganta e no qual parece viver nossa presidente, que vê o que lhe restava de popularidade escorrer pela sarjeta, apesar da adoção do modelito verde e amarelo, apaziguador e afável que já não engana a ninguém.
     A vergonhosa pantomima do ‘pacote anticorrupção’ – uma reprodução mambembe do estratagema usado pelo ex-presidente Lula, quando ameaçado pelo escândalo do Mensalão –, dessa vez, foi um tiro no pé. A maioria esmagadora da população – e não apenas parte dela, “a elite”, como ainda insistem em dizer os fanatizados e estúpidos defensores desse modelo falido – reagiu em alto e bom som: o de panelas, buzinas, apitos e vaias.
     A mistificação, dessa vez, não colou. O esquema de corrupção elaborado nos intestinos do Governo e que vitimou a Petrobras chegou a uma dimensão tão grande que, ao que tudo indica, despertou o brasileiro do estado de letargia, de conformismo. O “eu não sabia”, repetido à exaustão por Lula e seus auxiliares diretíssimos, perdeu totalmente o sentido, desmoralizado por uma atuação primorosa da Polícia Federal, do juiz Sérgio Moro e de uma equipe de jovens procuradores.
     A população, afinal, entendeu que não se tratava de mais uma disputa política, eleitoral, como o PT e seus semelhantes insistem em repetir, esperando que essa mentira, reproduzida em escala industrial, acabe se transformando em verdade. Deu certo com Lula, que escapou da cassação que parecia irreversível. Não funcionou com Dilma, que não conta, sequer, com o apoio de seu mentor.
     O desaparecimento de Lula, aliás, não causa surpresa. A covardia em momentos complicados faz parte de seu perfil. Quando encurralado, desaparece, deixa de dar entrevistas. Fez isso durante um ano inteiro, quando foi revelada sua ligação ‘íntima’ com a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, acusada de vender facilidades e abrir portas, graças ao ‘prestígio’ que amealhou em salas e outras dependências do poder.
     Assim como afirmou ter sido “traído” no episódio do Mensalão, que hoje garante jamais ter existido, Lula não se inibe, agora, de sair de cena, temendo que sua candidatura em 2018 seja atingida por parte do lamaçal protagonizado a partir de seu governo e que só agora se tornou público.

     A presidente Dilma Rousseff vem sendo instada, nas redes sociais, a fazer um acordo de delação premiada e contar tudo o que sabe sobre Lula e o projeto de poder imaginado por ele e seus seguidores. Evidentemente é uma piada, repetida à exaustão. Mas talvez seja, de fato, o melhor caminho para nossa presidente.   

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