Esse lastimável ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
saiu-se com mais uma de suas vigarices retóricas, ao dizer que defende o
direito a manifestações, desde que sejam pacíficas e ordeiras, numa alusão ao dia
de protestos contra o Governo Dilma marcado para depois de amanhã. Como se
houvesse uma predisposição ao vandalismo, apenas e tão-somente pelo fato de
pessoas se unirem para exercer o direito de expressão.
Em contrapartida, não houve uma palavra, sequer, com
relação aos desatinos protagonizados por João Pedro Stédile chefe maior do MST,
essa organização que vem se destacando pela prática de atos de vandalismo e
terrorismo, como a recente destruição de pesquisas genéticas que vinham sendo realizadas
há 15 anos.
O silêncio conivente do Governo em relação às atitudes e
palavras desequilibradas e criminosas do líder ‘camponês’ e de seu ‘exército’
de seguidores flerta com a ilegalidade. Eu não me surpreendo quando o ex-presidente
Lula ameaça a Nação com uma guerra civil, como fez recentemente, quando acenou
com o uso do MST. Afinal, Lula, por ser absolutamente desprovido de valores, é
capaz de tudo. Mas um governo não pode ser institucionalmente irresponsável.
Os caminhoneiros que fecharam estradas recentemente,
protestando contra medidas do Governo, foram tratados como insurgentes e
enquadrados pelas autoridades, inclusive com o uso de força policial. Os ‘soldados
de Stédile’ que invadem e destroem propriedades particulares, bloqueiam
rodovias, ocupam prédios públicos, agridem funcionários e andam acintosamente
armados (facões e foices são armas, sim, e não apenas ‘instrumentos de trabalho’),
por sua vez, são aquinhoados com quentinhas e afagos.
Imaginem, para efeito de comparação, o discurso de ódio
desses usurpadores da dignidade nacional se os manifestantes de domingo que vem (entre os quais eu não vou estar, ressalto!) fossem às ruas portanto prosaicos canivetes suíços. ‘Qua-quás’ e assemelhados tão
risíveis quanto ele invadiriam o horário nobre das tevês para denunciar golpes
e golpistas.
A grande ameaça à democracia não está no protesto de
milhões de desiludidos com o atual governo, afogado em uma torrente de
negociatas escusas. O risco maior à liberdade está no uso de atitudes
extremistas, criminosas, que afrontam a Constituição, como as que são
executadas pelo MST, black blocs e outros baderneiros da mesma laia.
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