sexta-feira, 23 de maio de 2014

Uma república de medíocres

     Sinceramente: o que é que se pode esperar de um governo que tem o senhor José Eduardo Cardoso como ministro da Justiça?  Eu sei que somos presididos por Dilma Rousseff, mas ela - afinal! - foi eleita pela maioria da população, o que lhe dá legitimidade. É assim que a democracia funciona. Mas não há a menor justificativa para a ocupação de cargo no primeiríssimo escalão por personagem tão medíocre quanto Cardoso.
     Sua única credencial para a função é a cavalar subserviência ao projeto de poder petista, sustentada por uma invejável canastrice retórica. É impossível esquecer sua atuação quando da CPI que desaguou no julgamento do Mensalão do Governo Lula, o maior assalto institucional aos cofres públicos. Estava senpre em segundo plano, em todas as circunstâncias, mas a postos para interferir nas entrevista - em favor dos bando de criminosos, é claro! -, com aquela estudada expressão de indignação.
     A máscara era de reprovação, mas as palavras tendiam invariavelmente para a absolvição das canalhices protagonizadas por seus pares. Puro estelionato. Ao longo dos últimos tempos, à frente da pasta da Justiça (é inacreditável!!!), vem exercendo com afinco o papel de esbirro que lhe foi confiado. Vaza notícias contra adversários; pressiona  policiais, segundo acusações não desmentidas com o vigor necessário; e se presta a papeis deploráveis, esquecido convenientemente, da liturgia que se exige de cargos como o que ocupa, sem méritos.
     O mais grave - e assustador! -, nessa lastimável era que já dura onze anos e cinco meses, é que Cardoso não é a exceção, é a regra. Basta lembrar que Marco Aurélio Garcia, Ideli Salvati e Gilberto Carvalho são ministros 'da casa'. Nunca, em tempo algum da nossa história, houve uma conjunção tão grande de mediocridades e malfeitores (segundo conceito expresso pela própria presidente da República, ao ser encurralada por roubalheiras em sete ministérios, no seu primeiro ano de mandato) em torno do poder central do país.
     Não há literalmente uma semana sem noticiário sobre bandidos e bandidagens governamentais ou assemelhadas. Há sempre um André Vargas de plantão para se locupletar. Essa tem sido a trajetória petista ao longo dos últimos anos. Até mesmo a 'maquiavélica' tese de que os fins (eventualmente 'dignos') justificariam os meios (sempre ilícitos) foi abandonada. São apenas ladrões.

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