quinta-feira, 8 de maio de 2014

Papel vergonhoso!

     Em entrevista à revista Veja, o diretor da ONG Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, disse que "o silêncio do governo Dilma sobre violação de direitos humanos na Venezuela é preocupante". Eu seria mais contundente: não há apenas silêncio, mas uma lastimável conivência com os desmandos de Nicolás Maduro, um dos mais grotescos governantes do mundo.
     Essa postura brasileira - de apoio a um governo brutal, ditatorial, estúpido - vem sendo a regra nos últimos onze anos e cinco meses, nos quais sempre estivemos ao lado dos piores, mais acintosamente (como no caso da subserviência ideológica à ditadura cubana) ou um pouco menos incisivamente, em relação aos governos terroristas do Irã e assemelhados ou simplesmente assassinos, como alguns africanos.
     Mas é na América do Sul que exibimos o lado mais deplorável da mediocrização que emana de um 'esquerdismo' que já deveria ter sido soterrado pelos escombros do Muro de Berlim. Apoiamos todos os que agridem os princípios mais primários de uma democracia, como esses lamentáveis governantes venezuelano, boliviano e argentino, em especial. No caos específico da Venezuela, essa postura indefensável é responsável pela escalada de violência que fabricou dezenas de mortos, centenas de presos, inúmeros torturados.
     Como ressaltou o dirigente da Human Rights Watch, não são pequenas escaramuças, desvios eventuais de comportamento. São evidentes transgressões, "graves violações de direitos humanos que estão sendo cometidas sistematicamente e com impunidade num país vizinho".
     Na ótica deturpada da política externa brasileira, no entanto, não há motivos para que o país exerça a liderança natural que tem no continente. Afinal, Maduro é o legítimo sucedâneo de Hugo Chávez, o coronel de opereta que mergulhou a Venezuela na mediocridade em que se encontra mas que gozava de prestígio absoluto nessa Era Lula que por aqui se instalou há pouco mais de uma década.



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