sábado, 3 de maio de 2014

Escândalo recorrente

     Esses jornais e revistas, especialmente nos fins de semana, não têm jeito, mesmo. Essa turma insiste em divulgar pilantragens, roubalheiras, vigarices, maracutaias envolvendo, em especial (e não por acaso), a turma que está no poder há 11 anos e cinco meses. Não há trégua: a desfaçatez e a avidez com que a companheirada se atirou são impressionantes, até mesmo para um país conhecido mundialmente como corrupto.
     A mais recente foi divulgada pela revista Época e repercutida por O Globo, ambos do mesmo grupo. E, como vem acontecendo, envolve a devastada Petrobras. Segundo a revista, a nossa maior empresa assinou um contrato bilionário (é isso mesmo, bilionário!) com a Odebrecht logo depois de a empreiteira ter acertado uma doação de quase R$ 20 milhões para a campanha da então candidata Dilma Rousseff, coincidentemente, ex-ministra das Minas e Energia e ex-presidente do Conselho da petroleira.
     O tal contrato - para prestação de serviços de segurança, meio ambiente e saúde - foi intermediado por um lobista envolvido nas recentes denúncias de pilantragem na Petrobras. E acrescentam uma dose extra de canalhice às últimas revelações: a armação serviria para enterrar, com o apoio insubstituível do PMDB, uma CPI que, já àquela época, investigaria a Petrobras, presidida por Sérgio Gabrielli, o mesmo que formalizou a compra da refinaria de Pasadena.
     Esse é o grande legado da administração petista: a vulgarização dos escândalos. Não há mais, sequer, um clamor. É como se estivéssemos assistindo a mais uma repetição de uma bandalheira, uma repetição de fatos que se tornaram corriqueiros e que fazem parte do grande projeto de eternização no poder que nasceu após as seguidas derrotas de Lula na sua busca pela presidência.
     Nunca, em época alguma, o que é público foi usado particularmente na escala que observamos agora.

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