segunda-feira, 19 de maio de 2014

Desserviço à Justiça

     São decisões assim, como a tomada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que ampliam a descrença da população nas instituições. Libertar os acusados de corrupção e desvio de verbas públicas, usando alegações tecnicistas, apenas favorece o florescimento de dúvidas sobre o papel que alguns ministros, escolhidos a dedo pelo atual esquema de poder, se dispõem a fazer.
     O caso do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, é emblemático. Flagrado em conluio com malfeitores, vinha demonstrando, segundo noticiário não desmentido, sinais de depressão e de que estaria disposto a fornecer informações, em troca de menos rigor contra ele e parentes que também foram envolvidos no escândalo.
     Nesse momento, em que um acusado de graves delitos estaria propenso a apontar outros asseclas, respingando inevitavelmente no Governo e nas pretensões eleitorais da presidente Dilma Rousseff, surge a caneta ministerial e lhe confere novo ânimo, uma esperança de empurrar a questão para frente, com a possibilidade - sempre há! - de tudo ser esquecido.

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