terça-feira, 13 de maio de 2014

A escalada do crime

     O que mais me assusta, nos dias atuais, é o fato de ter uma quadrilha infiltrada no governo, em todos os níveis. Em um momento no passado recente, quando fomos assaltados pela divulgação da roubalheira institucionalizada registrada no episódio que ficou conhecido como Mensalão, imaginei que a comoção produzida no país fosse suficiente para sustar novas investidas nos cofres públicos. Estava enganado.
     Com a demora no julgamento e a reeleição do ex-presidente Lula, a sensação de impunibilidade foi exacerbada. Se nem mesmo o maior escândalo da história republicana foi capaz de derrubar o esquema de poder que estava se instalando, tudo o mais seria possível. Foi como se todas as porteiras amanhecessem arrombadas. A ladroagem, teoricamente em nome de uma 'causa', chegou a níveis inacreditáveis, culminando, agora, com a devastação da Petrobras, um símbolo nacional.
     No meio do caminho entre o Mensalão e afundamento na nossa maior empresa, foram dezenas de casos. Dos falsificadores de dossiês - os "aloprados", na versão lulista - aos sete ministros do Governo Dilma que foram demitidos no primeiro ano, passando por setores intermediários da administração, aparelhados pelo PT e usados como fonte de renda para seus militantes. Quase doze anos de desatinos, marcados pela prisão da cúpula partidária hegemônica.
     A arrogância e a prepotência dos atuais mandatários, entretanto, não foram abaladas. Usando recursos que deveriam ter destino mais digno, inundam programações de tevê, jornais e revistas com um volume jamais visto de publicidade, quase sempre mentirosa. Para acobertar o estupro nas contas da Petrobras, afundam as mãos nos já abalados recursos da empresa. Assistimos, nos últimos tempos, à maior farra publicitária jamais registrada.
     E ainda somos agredidos com notícias sobre recursos contra a condenação dos assaltantes mensaleiros, inconformados com a Justiça.

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