terça-feira, 25 de novembro de 2014

Vergonha mundial

     O Globo nos diz, em manchete, que um juiz do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) classificou a roubalheira que vitimou a Petrobras, em especial, e a dignidade das Nação em geral, como “uma das maiores vergonhas da humanidade”. Ele certamente sabe do que está falando, por ter acesso a entranhas da Operação Lava-Jato ainda restritas a determinado grupo de pessoas.
     Não satisfeito, o ministro Newton Trisotto, relator do processo que pedia a soltura do doleiro petista Alberto Yussef – e que foi negada!!! -, conclamou o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, a não vacilar a ter coragem de continuar na luta que vem travando. Segundo o jornal, Trisotto se remeteu a Ruy Barbosa, ao ressaltar que um juiz não pode ser covarde: “Não há salvação para o juiz covarde”, recitou.
     Pelo que vem demonstrando até agora, não há esse risco. O juiz Sérgio Moro tem se mostrado inflexível na busca dos responsáveis por mais esse escândalo dessa lastimável e perdulária Era Lula, que chega aos doze anos e ameaça a todos nós com mais quatro.
     Espero que a Justiça puna exemplarmente todos os envolvidos, de qualquer partido; os de hoje e os de ontem. Os desdobramentos do julgamento do Mensalão - um momento emblemático relatado e presidido pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, um magistrado que sobreviveu a chantagens e pressões inimagináveis - vêm se mostrando frustrantes.
     Os grandes canalhas, os artífices e executores da maior vigarice institucional até então, estão circulando fora da cadeia, que ficou reservada apenas a um enorme bobo da corte, um malandro de segunda classe que apostou na solidariedade dos asseclas e está pagando pela, digamos, ‘inocência’.
     Dessa vez, escaldados pelos mais de 40 anos de cadeia impostos a um simples intermediário das pilantragens que beneficiaram o governo petista, a turma do andar de baixo da ladroagem oficial optou por salvar o que ainda restava da pele e decidiu contar o que sabia do esquema de assalto ao país, patrocinado pela turma do poder, ávida por assegurar a sobrevivência do seu esquema de eternização no comando do país.
     Como em todas as ocasiões anteriores – em todas, é preciso frisar! – a sujeirada está sendo exposta por gente de dentro, do convívio de políticos e assemelhados. Não há uma acusação, sequer, que tenha vindo de fora do círculo oficial de gatunagem. Para nossa sorte, ainda temos uma imprensa livre, desvinculada do poder, corajosa a ponto de denunciar semanalmente as bandalheiras palacianas.
    Sorte, sim. Mas uma sorte construída pela geração que enfrentou e venceu as limitações de uma época de arbítrio. Pois se dependesse dessa gente que gravita em torno do lastimável ex-presidente Lula (o mais medíocre e ignorante da nossa história, insisto), viveríamos, no Brasil, não a fantasia, mas a dura realidade de ditaduras desclassificadas como a cubana e afins.


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