Não adianta a turma dos 3% formais (há o' caixa 2' da pilantragem, também) insistir na velha toada
de que sempre houve corrupção no Brasil; que fomos povoados, no início dos
tempos, por degredados; e, no limite do estelionato retórico, acenar com
malfeitos nos governos de Fernando Henrique Cardoso, que passou por 12 anos de
escrutínio petista, sem que os atuais donos do poder ousassem acenar com um
processo sequer, uma mísera ação de improbidade, uma leve falcatrua.
A única tentativa de manchar a reputação de FHC e de Dona
Ruth, tentada pelo Planalto lulista, terminou como vimos: Dona Dilma mandando
um pedido formal de desculpas. Nada foi feito por essa turma que conta, entre luminares
dos bastidores, com elementos do porte moral de Marco Aurélio Garcia (aquele
que festejava com gestos obscenos – lembram os top-tops festivos? - enquanto
milhares de pessoas lamentavam a morte de duas centenas de passageiros no
último grande acidente aéreo no Brasil) e Gilberto Carvalho (acusado pela
família do assassinado prefeito Celso Daniel, de ser o carregador de propina
que o PT arrecadava em empresas de ônibus do interior paulista), sem falar no
sempre presente Franklin Martins e em outros menos famosos, mas nem por isso
menos danosos.
Para efeito de discussão, vamos admitir que houve desmandos –
sempre é possível, e eu acredito que eles tenham existido, em algum escalão.
Mas nada – repito -, nada foi feito em doze anos (insisto nesse número) de administração
petista. O trabalho sujo, baseado em acusações jamais provadas, vem sendo executado
por canalhas a soldo da quadrilha que vem assaltando nossos cofres e dignidade,
como ficou provado – é isso mesmo, provado! – desde o nefasto episódio do
Mensalão do Governo Lula, até então o maior escândalo da nossa história.
E é nesse ponto – roubalheira institucional provada,
julgada, condenada e prestes a ser condenada em escala industrial – que reside
toda a diferença. Como gostava de dizer o mais medíocre, ignorante e limitado
presidente de toda a nossa história, nunca houve no país algo tão estarrecedor,
vagabundo, deletério. O que esse grupo vem fazendo ao longo dos últimos anos é
absolutamente inédito, ainda imensurável.
O roubo alcança cifras difíceis de imaginar. Um mero sub do
sub de uma diretoria da Petrobras, por exemplo, vai devolver R$ 350 milhões aos
cofres públicos, para evitar a cadeia. Os primeiros levantamentos apontam para
dezenas de bilhões de reais desviados para petistas, asseclas e intermediários.
Esse dinheiro, subtraído da população, sustentou campanhas milionários – entre elas
a da presidente Dilma Rousseff, em 2010, segundo acusações formais e premiadas
-, comprou votos e consciências; barcos e carros de luxo. Irrigou contas no
exterior, subornou, corrompeu as instituições republicanas.
Não, não adianta repetir velhas ladainhas, argumentos
vagabundos produzidos pela fábrica de dossiês falsos, que ficam apenas no campo
da intriga, das maledicências, das teorias conspiratórias. O grande assalto
produzido pelos atuais detentores do poder está todo lá, documentado, gravado,
relatado por gente de dentro. Gente que viveu e se locupletou. São fatos, que
foram e vêm sendo comprovados pela Justiça, apesar das pressões governamentais,
das tentativas de desconstrução de magistrados, das campanhas sórdidas, das
chantagens, das ameaças.
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