Inspirado por uma foto publicada pelo ex-companheiro José
Sérgio, do Jornal Brasil, na sua
página no Facebook, e pela matéria sobre o lançamento póstumo de dois livros do
acadêmico, jornalista e escritor Ivan Junqueira, publicada no Prosa e Verso de hoje (ainda é sábado?),
decidi dar mais um testemunho sobre a grande oportunidade que tive, ao longo de
minha vida profissional, de ter trabalhado ao lado de personalidades – sim,
personalidades! - com tanto estofo intelectual e relevância para o país.
Logo no início da minha carreira, no à época relativamente
importante O Jornal, o ‘órgão líder
dos Diários Associados’, ainda a mais importante cadeia de jornais, rádios e
televisão do país, esbarrava nos corredores com o escritor, presidente da
Academia Brasileira de Letras e dublê de comunheiro Austregésilo de Athayde (os
Diários já eram um condomínio acionário e Dr. Athayde era um dos 21 condôminos,
ou comunheiros).
Tive o prazer de conviver, ainda, com Dona Elza Marzullo, de
menor importância literária, é verdade, mas com a bagagem de ter criado o
espaço para as mulheres no jornalismo nacional. E com o intelectual e nosso
crítico de arte (e ele mesmo um artista) Quirino Campofiorito, que exalava
simpatia.
Nos primeiros tempos de O
Globo, praticamente ansiava pelos encontros diários e matinais com o
escritor Nélson Rodrigues, que ocupava uma das mesas da editoria de Esportes,
que abrilhantava com suas crônicas (‘À sombra das chuteiras imortais’). Ao
responder aos meus cumprimentos e ao trocar algumas palavras comigo, ele sabia
que estava falando com um fã.
Repórter, dividia pautas e conversas com jornalistas que
marcaram definitivamente a geração que surgiu naqueles conturbados anos 1970,
entre eles o atual acadêmico Merval Pereira Filho. No Jornal do Brasil, onde
cheguei na passagem de 1981 para 1982, comecei onde muitos sonhavam chegar: o
velho copy, ainda uma instituição,
formado por um time de redatores que – confesso! – chegou a me assustar: o
escritor Ivan Junqueira, citado acima; o dicionarista Joaquim Campelo, braços
direito e esquerdo de Aurélio Buarque de Holanda; a vibrante Ruth de Aquino e o
botafoguense José Sérgio, sob o comando de Edil Valle (vascaíno, como eu), uma
legenda que nos deixou prematuramente.
São lembranças.PS: E o Zuenir Ventura, Marco, o mais recente dessa lista de imortais com os quais você conviveu? Esquecer de citar logo o 'mestre Zu', que percorria a redação do JB com tanta candura? E com um 'agravante': 'consultado' por ele sobre a conveniência de comprar um Chevrolet Monza (eu era o editor de Carro e Moto do JB nessa época), não tive dúvidas em aprovar. Confiável, confortável, o modelo era o sonho de consumo de muitos. Um ano depois saiu de linha, reduzindo dramaticamente eu valor de revenda. Não sei se Zuenir me perdoou.
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