quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Sobre vigarices e pilantragens

     Já comentei esse assunto recentemente. Mas a repetição desse misto de vigarice retórica e pilantragem ideológica me obriga a repisar: o Governo de petistas e assemelhados não tem a menor participação na apuração das bandalheiras companheiras que estão acontecendo na Petrobras, em especial, e no país em geral, há doze anos. Ao contrário do que dizem a presidente Dilma Rousseff e seus acólitos, a investigação da Polícia Federal, atrelada à determinação de um juiz íntegro, o paranaense Sérgio Moro, vem sendo realizada contra a vontade geral dos poderosos de plantão.
     Por essa gente, nada seria apurado, não haveria uma notícia sequer sobre seus crimes, canalhices institucionais, desrespeito à Nação e atropelo da dignidade do país. Dilma Rousseff, se pudesse, enterraria com uma só penada tudo o que vem sendo feito com isenção e coragem. Mais do que uma mentira, a versão que os vigaristas de plantão insistem em espalhar sobre o escândalo da vez é um acinte à inteligência.
     A Polícia Federal investiga justamente porque é independente do poder, infensa às influências deletérias, como a desse lastimável ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que decidiu perseguir os delegados da PF que investigam a roubalheira na Petrobras, sob a alegação de que votaram e elogiaram, em páginas pessoais, o candidato da Oposição, Aécio Neves.
     Vejam a desfaçatez desse grupo (eu quase escrevi “dessa quadrilha”): espalha, cinicamente, que apoia a investigação e, nos bastidores, age de maneira acintosa e covarde contra os agentes da lei. Flagrados com mãos, pés e mentes arrombando os cofres públicos, os representantes desse projeto de poder tentam, com táticas de marketing que beiram a indecência, faturar os resultados de uma investigação criminal que fazem tudo para soterrar.
     E ainda não chegamos na fase de indiciamento da turma que tem mandatos. As versões que surgem aqui e ali remetem para uma lista com algo em torno de 100 políticos, entre governadores, senadores e deputados do PT, em sua maioria, e aliados em geral. Não apenas fofocas de bastidores, mas acusação – já aceitas!!! – com nome, sobrenome e número de conta bancária.
     E o que mais grave, ainda: a indicação da presença, direta ou indireta, do ex-presidente Lula e da atual mandatária, Dilma Rousseff. O doleiro e um dos diretores petroleiros petistas já disseram – e os áudios de seus depoimentos comprovam – que os dois (Lula e Dilma) sabiam de tudo o que estava acontecendo.
     A luta para evitar a quebra dos sigilos bancário e telefônico do tesoureiro petista João Vaccari é outra evidência do pavor que ronda a companheirada. Assim como a corrida para retirar do ministro Gilmar Mendes a atribuição de avaliar as contas governamentais, tarefa que lhe coube por sorteio.

     Infelizmente para o Brasil, o atual governo termina como começou: imerso em bandalheiras. E o que pode ser ainda mais grave: vai começar  a segunda etapa manietado, espremido em um canto do ringue onde se debaterá com o que a parcela digna da população quer para nosso país.

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