Entre os muitos males e infortúnios que essa lastimável era
petista vem causando ao país, um deles vem me chamando a atenção em especial: o
sentimento de orfandade de grande parte da população em relação ao período
discricionário que vivemos ao longo dos governos militares. O desalento e a
revolta de milhões de cidadãos contra o caos nas instituições, o descalabro nas
finanças, o assalto aos cofres públicos, a impunidade de verdadeiros criminosos
e a crescente sensação de insegurança gerada pela omissão do Estado são, sim,
latentemente perigosos para a democracia que desejamos e ajudamos a construir.
Pessoas comuns, simples, sem vínculos ideológicos com
partidos políticos – muitos que sequer viveram os ‘anos de chumbo’ – expressam diariamente
o culto a um passado que deixou marcas profundas na nossa sociedade,
estimulados pela descrença no país que vem sendo devastado progressivamente por
governos corruptos, demagógicos, populistas e acintosamente imorais.
E aí, nessa responsabilidade direta, insisto, talvez esteja o pior produto dessa fase de obscurantismo ideológico, a herança da verdadeira herança maldita. Mais grave, ainda, do que
a roubalheira vagabunda e canalha instituída como método de governança; pior do
que a reducionismo imposto ao debate político; mais salafrária do que a chantagem
exercida sobre a camada mais carente da população, aquela que depende de programas
de governo – não de partidos ou políticos desprezíveis! – para simplesmente
sobreviver.
Esse abissal estelionato ideológico perpetrado por um grupo
formado pelo que há de pior no mundo político - sob a liderança espúria do mais
medíocre, ignorante e despreparado presidente que esse país já teve -, somado a
essa degradação moral, tem sido determinante para empurrar a parte das pessoas
ingenuamente de bem para um caminho que nós, que ajudamos a reconstruir o país,
através da resistência democrática e inclemente, não podemos sequer imaginar.
Venho escrevendo e repetindo, ao longo dos últimos anos, que
o país anda vai pagar um preço exorbitante pela aventura lulopetista. Montados
em bandeiras ridiculamente simplórias e num discurso deletério, similar à dos exploradores eletrônicos da fé humana, que explora a singeleza de
uma massa naturalmente sujeita à manipulação por autointitulados messias, os
atuais detentores do poder estão destruindo, gradualmente, as chances de nos
tornarmos uma Nação respeitável, digna, compromissada com um futuro pautado na
dignidade.
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