sábado, 15 de novembro de 2014

O porta-voz da indignidade

     A aparição do ministro da Justiça(?) José Eduardo Cardozo, hoje pela manhã, para falar sobre esse que já é o maior escândalo da nossa história – a roubalheira desenfreada dos cofres da Petrobras patrocinada por agentes a serviço do atual esquema de poder -, foi tão lastimável quanto o assalto em si.  O mais medíocre dos ocupantes dessa pasta, em todos os tempos, cumpriu com evidente denodo a tarefa de tentar retirar dos ombros petistas o peso de mais essa desfaçatez.
     Sem ficar ruborizado, Cardozo afirmou, com todas as letras, que o Governo está determinado a apurar tudo e condenou a oposição pelo que ele classificou de uso eleitoral do crime. Com aquela expressão de severidade que cola no rosto sempre que precisa falar sobre canalhices oficiais, chegou perto de dizer que tudo o que vem acontecendo na nossa maior empresa é culpa dos partidos oposicionistas e da imprensa, que insiste em publicar essas notícias.
     De passagem, com o mesmo tom severo, fez alusões à possível identificação de delegados da Polícia Federal com a candidatura do senador Aécio Neves, em mais uma tentativa de desacreditar o processo, culpando os agentes, e não os bandidos.  E ainda tentou convencer - como se fosse um porta-voz da indignidade - que as investigações e punições são o resultado de iniciativas do governo ao qual serve com fidelidade canina. 

     Deve ter acrescido alguns pontos na sua contabilidade para ser indicado para a vaga de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal, onde se juntaria a Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli na tarefa de livrar a companheirada de um retiro no presídio da Papuda. 

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