A jornalista Miriam Leitão, hoje, em O Globo, define, em uma
frase o desfecho dessa primeira fase da devastação produzida pelo Governo e
seus aliados na Petrobras. Graça Foster sai da empresa, punida, por ter sido
minimamente coerente, ao divulgar a estimativa do rombo nas contas da nossa
empresa mais importante (cerca de inimagináveis R$ 88 bilhões). Não sai (pediu ‘demissão’,
oficialmente) por ter alguma parcela de culpa (omissão, no mínimo) no esquema
de assalto que irrigou o PT e seus asseclas, incluindo partidos da ‘base’, campanhas
companheiras e bolsos ávidos. Sai por ter exposto uma parte do desastre causado
pelo aparelhamento da estatal.
Essa é a lógica desgraçada da quadrilha que se instalou no
país há doze anos. Não há problema algum em desviar dinheiro público (José
Dirceu e comparsas continuam sendo aclamados), em produzir dossiês falsos
contra adversários; em ter assessores flagrados com dólares escondidos na cueca;
em usar o poder para se locupletar. Nada disso é relevante, e o ‘novo’
ministério da presidente Dilma Rousseff é a prova mais cabal dessa realidade.
Nessa quadra infeliz da nossa história, o grande pecado,
capital, é desafiar, de algum modo, os chefes. Foi assim com o ex-presidente
Lula, o mais medíocre, mentiroso e incapaz de todos os tempos. É assim com
Dilma Rousseff, sua digna sucessora. Se o primeiro dirigia o país como se ainda
estivesse cantando as “viuvinhas” de metalúrgicos, no tempo em que dirigia o
sindicato da classe, Dilma Rousseff exibe truculência e despreparo semelhantes.
Graça Foster sai – como destacou Miriam Leitão – pela virtude
demonstrada, ao reconhecer a tragédia dos números quase oficiais da Petrobras.
Irritou a rainha, dada a acessos de estupidez que – é inacreditável! – provocam
pavor até em ministros (alguns já choraram, após saraivada de berros e
impropérios). Assim como Lula, nossa presidente acredita que inventou o Brasil –
ou reinventou, pelo menos.
Seu futuro, no entanto, é tão obscuro quanto as contas da
Petrobras. A tempestade provocada pelo escândalo da Petrobras ainda está se
formando. Os próximos meses darão a dimensão exata do desvario do esquema governista
na sua busca pela perpetuação no poder, com a divulgação das acusações contra
agentes políticos. O fim pode estar começando.
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