sábado, 7 de fevereiro de 2015

Devassos e patéticos

     Além de devassos, patéticos. É incrível como personagens de tamanho destaque na vida nacional não têm um mínimo de compostura, de humildade, um traço que seja de dignidade. As declarações da atual presidente, Dilma Rousseff e do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, durante as ‘comemorações’ pelos 35 anos de fundação do PT, ultrapassaram todos os limites. No dia em que o país é agredido pela notícia do desvio de US$ 200 milhões, perpetrado justamente pelo tesoureiro do partido, seus dois maiores representantes repetiram um discurso vagabundo, acusando a parcela decente do país de estar tentando um golpe.
     Jogaram no lixo, mais uma vez, a oportunidade de demonstrar algum respeito pelo país. É evidente que não sou ingênuo a ponto de imaginar que Dilma e Lula admitissem a gigantesca roubalheira que está em curso no país. Mas exercitar justamente o contrário, explorando a tese de que tudo não passa de um projeto das ‘elites’, só explicita a dimensão da falta de decência que vem marcando a vida nacional nos últimos doze anos.
     Assim como fizeram com os bandoleiros condenados no episódio do Mensalão, as principais lideranças petistas defendem os atuais quadrilheiros, atacam a Justiça e demonizam a imprensa livre e independente, que nada mais faz do que cumprir seu papel de dar voz à indignação dos homens e mulheres dignos e expor as mazelas de um esquema de poder putrefato, corrupto e corruptor. 
     Não consigo enxergar, no horizonte, possibilidades de o país conviver com o lamaçal que escorre do poder central. Essa gente precisa aprender, de uma vez por todas, que não há bem maior do que o exercício da retidão. Precisa ser compelida a aceitar as regras impostas pela Lei. A sociedade precisa dar uma resposta dura e inequívoca a esses transgressores. É o que espero da Justiça.



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