quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O País exige a verdade

     “Outro tema que muito se falou é a questão de cartel. Espero que possamos aprofundar esse debate. Não há nada mais cartelizado no mundo do que a questão do petróleo. Nenhuma agência de risco, economista conseguiu prever a queda do preço do barril do petróleo. Há uma ação geopolítica de interesses muito fortes no qual Petrobras é muito importante nisso tudo”.

     A declaração acima foi perpetrada pelo relator da CPI que, teoricamente, vai apurar a roubalheira petista e de assemelhados na Petrobras, deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro. Já podemos, desde agora, antever o que esse senhor irá fazer. Notem bem: ele já começa falando de cartel, de ação geopolítica. Certamente está colocando em prática o projeto destinado a enterrar a investigação, através do desvio de caminhos.
     Ninguém, com um mínimo de discernimento, desconhece que há manobras, sim, no mundo da economia global, luta de interesses, golpes abaixo da linha da cintura. Nada disso é novidade. A questão não é essa, e esse deputado sabe. O Brasil quer saber quem roubou e a mando de quem. Simples assim.
     Não interessa que as doações feitas pelas empreiteiras amigas tenham sido realizadas ‘dentro da lei’, com recibo. O problema é outro, e esse deputado sabe, sim. As doações ‘legais’ foram feitas com dinheiro roubado, através de um esquema protagonizado pelas lideranças petistas, segundo quase uma dúzia de delações que serão premiadas com penas mais brandas para os delatores.
     Aliás, o senhor Juiz Sérgio deveria ter se declarado impedido de aceitar a indicação, pois admitiu que sua campanha foi irrigada com dinheiro dos quadrilheiros empresariais. “Mas foram doações formais, declaradas”, argumentam alguns vagabundos retóricos. Mais uma vez: o dinheiro doado legalmente era fruto de um assalto institucional aos cofres públicos.
     No caso do PT, pelo menos US$ 200 milhões originaram-se desse assalto que, em tese, estaria imune a investigações, ao contrário do que aconteceu no Mensalão do Governo Lula, até então o maior roubo já ocorrido no país. A bandidagem não imaginava que o golpe seria desvendado por um juiz do Paraná, quase por acaso, graças às confidências do doleiro petista, o homem encarregado de fazer o meio de campo, administrar a roubalheira.
     Ele, Luiz Sérgio, sabe de tudo isso. Assim como o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff e seus acólitos. Tudo o mais é mero exercício diversionista, cortina de fumaça. Não há chance de esse escândalo estratosférico cair na vala comum. Não há exército sem-terra que impeça o andamento das investigações e os consequentes julgamentos.

     A época das bravatas e da pilantragem de Lula e seus assemelhados já passou. Há uma expectativa imensa na sociedade, que quer, sim, que as investigações cheguem ao âmago da questão, aos grandes responsáveis por mais essa agressão à dignidade do País.

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