sábado, 21 de fevereiro de 2015

Bandoleiros da política

     Não resta dúvida sobre o conteúdo devastador das esperadas revelações do empresário Ricardo Pessoa, presidente da empreiteira UTC, preso em Curitiba e acusado de liderar o grupo de empresas que se aliou ao PT e demais asseclas para dilapidar o patrimônio da Petrobras. O ‘aperitivo’, publicado pela revista Veja e repercutido por diversos jornais, aponta irreversivelmente para o impeachment ou para a simples cassação da presidente Dilma Rousseff.
     São fatos que, em condições normais, sob governos íntegros, seriam capazes de estarrecer. No caso brasileiro, não surpreendem sequer os mais crédulos, desde que minimamente decentes. As tramoias descritas superficialmente pelo empresário, em material enviado à revista, já eram adivinhadas, esperadas, aguardadas, sabidas. Talvez faltasse, apenas, algo ou alguém que ‘arredondasse’ as evidências, amarrasse a quadrilha, definisse e nomeasse os crápulas.
     Não falta mais nada. Mesmo que o empresário em questão recue da decisão de delatar os verdadeiros responsáveis pela devassidão que corrompe o país, restarão as evidências dos atos ilícitos, expostas pelos demais quadrilheiros que conseguiram o benefício da delação premiada.
     Pela proeminência do candidato a delator, entretanto, suas informações formais, aceitas e checadas pela Justiça, seriam fundamentais. Afinal, ele é apontado como o líder do grupo de empresários corruptos que se uniu aos bandoleiros do partido oficial. Alguém com ampla penetração nos círculos governistas, frequentador de palácios e assemelhados, amigo de antigos e novos poderosos dessa lastimável mistura das Eras Lula e Dilma.
     Esse potencial devastador, apontado com clareza na reportagem de capa de Veja que chegou hoje às bancas, explica toda a movimentação dos círculos do poder, a desclassificada entrevista de uma desmoralizada presidente Dilma; a pilantragem oficializada nos corredores e gabinetes do Ministério da Justiça, ‘liderado’ pelo cada vez mais deplorável José Eduardo Cardozo; e a intensa movimentação nos ‘bastidores’ do mais abjeto político que ocupou a presidência do nosso infelicitado país.
     A série de desatinos cometidos ao longo dos últimos doze anos revela-se superior aos prognósticos mais obscuros. Ao Mensalão do Governo Lula (um esquema deletério empregado para comprar a ‘fidelidade’ dos componentes da ‘base’), seguiram-se outros escândalos de menor porte (compra de dossiês falsos contra adversários; desvio de dinheiro; venda de ‘prestígio’; financiamento de amantes; sete ministros demitidos), mas indicativos do grau de depravação dos atuais detentores do poder.
     A descoberta, por acaso, do estupro da Petrobras apenas consolida o que os fatos indicavam: não há limites para a devassidão desse grupo que chegou ao poder graças ao vigor do regime democrático. Regime que, por palavras e atos, tentam destruir, a qualquer preço.
     São personagens desprezíveis, pequenos, vagabundos, que exploram a miséria e a ignorância da grande parcela da população que fingem defender. Na verdade – e os fatos demonstram essa assertiva -, seu único objetivo é a perpetuação no comando do país, para dilapidar seu patrimônio, em benefício próprio. 
     São meros quadrilheiros, cuja tática se assemelha à empregada pelos bandos de milicianos e/ou traficantes que dominam as regiões carentes das grandes cidades, Rio em especial.


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