Três
personagens, em especial, representam bem o abismo político, ideológico e
institucional no qual afundou essa já tão sofrida América do Sul. Não há
continente, por mais vigoroso que possa parecer, que suporte a presença, ao
mesmo tempo, no mais alto posto de suas nações, de presidentes tão medíocres,
arbitrários e envolvidos em ‘trapalhadas’ institucionais como a brasileira
Dilma Rousseff, a argentina Cristina Kirchner e o venezuelano Nicolás Maduro.
Com um agravante: os três substituem outros dirigentes lastimáveis, com ligeiro
destaque – no quesito ignorância e desfaçatez - para Lula e Hugo Chávez.
Correndo ‘por
fora’ nessa lista de estelionatários políticos, surgem o equatoriano Rafael
Correa e o boliviano Evo Morales, outros dois exemplos de inimigos ferrenhos
das liberdades, defensores da censura, demagogos e populistas. Já o Chile
emerge dessa seleção dos horrores, com a discreta e eficiente Michelle
Bachelet, a prova mais evidente que é possível, sim, ser ‘socialista’ no século
21, sem mergulhar nesse lamaçal supostamente ideológico que marca nosso
continente.
Não por
acaso, Brasil, Argentina e Venezuela vivem momentos do mais completo desvario,
com crises institucionais que podem levar à destituição de seus presidentes. A
recente morte do promotor argentino Alberto Nisman colocou o governo
irremediavelmente contra a parede. Atormentada por graves acusações de
corrupção, que remetem ainda ao tempo de seu marido, o ex-presidente Nestor
Kirchner, Cristina tenta desesperadamente sobreviver politicamente. Ainda
resiste graças ao resultado do trabalho de aparelhamento da Justiça, exercido
ao longo dos anos sob a dinastia familiar.
A Venezuela,
pela gravidade da situação geral do país, mergulhado em uma crise infindável,
parece caminhar para uma encruzilhada eventualmente sangrenta. Falido, o
governo já não dispõe dos recursos para financiar seus desatinos. Maduro, que
sobrevive graças ao ‘carisma’ do ainda insepulto Hugo Chávez, chegou ao limite.
Além das sandices pessoais (diz ter contatos ‘espirituais’ com seu guru), entrou
em choque direto com os setores ainda razoavelmente produtivos do país e
conferiu às forças de segurança o direito de matar seus oponentes, caso se
manifestem publicamente. Está moribundo.
Dilma
Rousseff sobrevive, apesar do tamanho do assalto aos cofres públicos. Graças a
medidas tomadas há duas décadas, o Brasil resiste à estupidez e à ganância dos
que ocupam o poder. Os desdobramentos da já famosa Operação Lava-Jato, no
entanto, tendem a criar graves obstáculos a esse seu segundo mandato, que não
consegue começar. O cerco em torno do governo e do seu partido oficial, o PT,
está cada vez mais apertado.
Confirmado –
como parece ser inevitável – o grande roubo dos recursos da Petrobras (por
enquanto, ainda há o BNDES para ser vasculhado ...) em benefício do PT e de seus asseclas, a situação da presidente
ficará insustentável. Nossa Justiça, apesar de marcada por momentos (como os
recentes aumentos de salários e mordomias) e personagens (os presidentes do STF
e TSE, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, respectivamente, por exemplo) lastimáveis,
preserva, ainda, uma essência libertária, independente.
E uma Justiça independente - apoiada por uma imprensa livre - é a maior ameaça a governantes
corruptos e/ou coniventes com a corrupção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário