sábado, 11 de outubro de 2014

Uma reação à roubalheira

     Não vejo programas eleitorais. É uma opção, um jeito particular de expressar minha rejeição a essa imposição e ao formato desse tipo de programa. Como ainda não vivo isolado em algum lugar incerto e não sabido de uma das nossas cidades serranas, acabo sabendo de alguns detalhes, do disse-me-disse. Especialmente em um momento como o que vivemos, de ânimos exaltados, de explosões emocionais.
     Foi o que aconteceu hoje. Uma jovem amiga não resistiu ao programa eleitoral da ainda presidente Dilma Rousseff e desabafou: "Não consigo ver isso. Dá vontade de vomitar".
     Essa sensação, pelo que nos revelou a pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Sensus, em parceria com a revista IstoÉ, está se alastrando de maneira avassaladora. Segundo a pesquisa, realizada entre quarta-feira e ontem, o candidato Aécio Neves está 17 pontos percentuais acima de sua oponente. Em números absolutos, 58% e 41%. Com um agravante, para petistas e assemelhados: o índice de rejeição de Dilma Rousseff chegou a estratosféricos 46,6%. Com essa rejeição, de acordo com a o responsável pela pesquisa, não há a menor chance de Dilma de se reeleger.
     É evidente - e a revista destaca esse fato - que esses números retratam um momento muito especial, pelo impacto provocado pela divulgação da roubalheira na Petrobras, em especial. A situação pode mudar, como mudou no primeiro turno em relação a Marina Silva. Ou ficar ainda mais consistente, à medida que novos fatos sejam divulgados, como tudo leva a crer que acontecerá.
     Se o escândalo do Mensalão do Governo Lula não foi suficiente para abater o ex-presidente - apesar de sua gravidade! -, esse novo assalto aos cofres e à dignidade nacionais parece estar sensibilizando, de fato, a população.
     O volume da roubalheira, a consistência das denúncias e a - digamos - 'credibilidade' dos acusadores estão mostrando que são capazes de destruir o projeto de poder implantado no país há praticamente doze anos.
     Não há programa eleitoral que supere, em impacto, as imagens e áudios exibidos em todas as emissoras de televisão, a Globo em especial. A população, de acordo com as últimas pesquisas, acredita muito mais no que está vendo e ouvindo no Jornal Nacional do que nos marqueteiros a serviço do Planalto.
     É por isso que essa gente tem tanto ódio de jornais e revistas independentes.

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