terça-feira, 28 de outubro de 2014

A primeira vítima do doleiro

     Uma boa notícia para o País e assustadora para o Governo, publicada, entre vários jornais, pela Folha de São Paulo: o Conselho de Ética da Câmara decidiu pela cassação do ainda deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), pelo seu envolvimento com o doleiro Alberto Yussef, esse mesmo que afirmou, em depoimento oficial, que o ex-presidente Lula e a atual e reeleita presidente Dilma Rousseff sabiam de todas as tenebrosas transações envolvendo o assalto aos cofres da Petrobras e o repasse de propina para o PT e partidos ‘aliados’.
     Além de Lula e Dilma, há uma penca de governadores, senadores, deputados e outros menos votados (ou sem voto algum) relacionados por Yussef e pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como beneficiários do maior esquema de assalto aos cofres e dignidade públicos já registrado em todos os tempos. E não há como imputar as denúncias a um ‘golpe eleitoral’, a uma postura antidemocrática, a um apelo ao arbítrio. Todas as acusações partiram e estão partindo, como em todas as ocasiões passadas, de gente de dentro do Governo.
     O público em geral – como diriam os mais antigos – ‘não sabe da missa a metade’. Por força legal, as acusações formais contra pessoas que têm foro privilegiado estão sendo mantidas em sigilo. Há dezenas de personagens do primeiro escalão da nossa vida pública prestes a mergulhar na ‘privada’ retórica. Os fatos necessariamente serão divulgados, como o foram no Mensalão do Governo Lula, até então o maior roubo institucional já registrado em terras brasileiras.
     Por mais que o Supremo Tribunal Federal esteja formado por uma maioria de ministros escolhidos a dedo pelos dois últimos governantes petistas, há um limite ético que dificilmente será ultrapassado pelo colegiado, mesmo sob a presidência do notório Ricardo Lewandowski, o, à época, relator do processo do Mensalão que se transformou no mais vibrante defensor dos quadrilheiros petistas e assemelhados.
     O Supremo e a sociedade, pelos termos do acordo de delação premiada já aceito no caso de Paulo Roberto Costa, serão confrontados por provas das barbaridades cometidas ao longo dos últimos anos. O doleiro Alberto Yussef por exemplo, afirma que tem comprovantes de depósitos, recibos de transferências e documentos variados.
     Por muito menos – menos, mesmo! -, cassamos o primeiro presidente eleito após a redemocratização, o atual senador alagoano Fernando Collor de Melo. As maiores acusações – pelo menos as que mais repercutiam na sociedade - davam conta da compra de um sedã da Fiat (um Prêmio, se a memória não me trai) e da manutenção da Casa da Dinda, residência particular da família Collor em Brasília. 
     Comparados ao estratosférico esquema de corrupção montado na Petrobras e outras empresas governamentais, esses ‘malfeitos’ não passam de meros roubos de galinha, realizados por trombadinhas.
     

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