quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Uma era de desatinos e devassidão

     As manchetes não poderiam ser piores. A ‘política econômica’ do Governo Dilma está empurrando o país para uma praticamente irreversível recessão, com consequências funestas para todos nós. O resultado da balança comercial em setembro, por exemplo, foi o pior dos últimos 16 anos. O dólar disparou, o índice Bovespa entrou em parafuso e a inflação exibe sinais de resistência e a previsão do PIB está em torno de 0,5%.
     Nada disso, no entanto, parece abalar o apoio que uma parte majoritária da população promete conferir à presidente Dilma Rousseff. É como se o país fosse aquele exibido na propaganda oficial, e não o que emerge dos números e das avaliações independentes.
     Eu até entendo esse apartamento da população. Os efeitos danosos de uma administração ruinosa como a atual não aparecem de imediato, especialmente quando os gravíssimos problemas vão sendo jogados para o ano que vem, passada a eleição, como vem sendo feito de maneira criminosa. Esse contexto é difícil de ser absorvido.
     O que me assusta, de fato, é outro tipo de alheamento: o referente à devassidão moral que assola essa administração. Em qualquer lugar de um mundo razoavelmente crítico, governantes como os que temos na esfera federal - principalmente, mas não exclusivamente! – estariam sentados no banco dos réus, afastados da vida pública. Aqui, não, lamentavelmente.
     A sequência infindável de escândalos parece não ter provocado abalos. O envolvimento de praticamente toda a cúpula petista e assemelhada em assaltos aos cofres públicos, corrupção, negociatas e desvio de dinheiro para campanhas é ignorada até mesmo pela parcela da opinião pública que, por mais esclarecida, teria a obrigação de se sentir atingida.

     A mentira, os engodos e a safadeza mais nauseante são encenados quase todos os dias por representantes das diversas camadas governamentais. O exemplo mais recente vem de Minas Gerais, onde um deputado petista nega o que ele mesmo disse – e que foi gravado! – sobre o uso vagabundo de mais uma empresa oficial, Correios, em vigarices eleitoreiras. 
     O Brasil e as próximas gerações, insisto, vão pagar um preço incalculável por essa era de desatinos.

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