As manchetes não poderiam ser piores. A ‘política
econômica’ do Governo Dilma está empurrando o país para uma praticamente
irreversível recessão, com consequências funestas para todos nós. O resultado
da balança comercial em setembro, por exemplo, foi o pior dos últimos 16 anos.
O dólar disparou, o índice Bovespa entrou em parafuso e a inflação exibe sinais
de resistência e a previsão do PIB está em torno de 0,5%.
Nada disso, no entanto, parece abalar o apoio que
uma parte majoritária da população promete conferir à presidente Dilma
Rousseff. É como se o país fosse aquele exibido na propaganda oficial, e não o
que emerge dos números e das avaliações independentes.
Eu até entendo esse apartamento da população. Os
efeitos danosos de uma administração ruinosa como a atual não aparecem de
imediato, especialmente quando os gravíssimos problemas vão sendo jogados para
o ano que vem, passada a eleição, como vem sendo feito de maneira criminosa.
Esse contexto é difícil de ser absorvido.
O que me assusta, de fato, é outro tipo de
alheamento: o referente à devassidão moral que assola essa administração. Em
qualquer lugar de um mundo razoavelmente crítico, governantes como os que temos
na esfera federal - principalmente, mas não exclusivamente! – estariam sentados
no banco dos réus, afastados da vida pública. Aqui, não, lamentavelmente.
A sequência infindável de escândalos parece não ter
provocado abalos. O envolvimento de praticamente toda a cúpula petista e
assemelhada em assaltos aos cofres públicos, corrupção, negociatas e desvio de
dinheiro para campanhas é ignorada até mesmo pela parcela da opinião pública
que, por mais esclarecida, teria a obrigação de se sentir atingida.
A mentira, os engodos e a safadeza mais nauseante
são encenados quase todos os dias por representantes das diversas camadas
governamentais. O exemplo mais recente vem de Minas Gerais, onde um deputado
petista nega o que ele mesmo disse – e que foi gravado! – sobre o uso vagabundo
de mais uma empresa oficial, Correios, em vigarices eleitoreiras.
O Brasil e as próximas gerações, insisto, vão pagar um preço incalculável por essa era de desatinos.
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