domingo, 12 de outubro de 2014

Histórias de crianças

     Duas histórias de crianças que eu relembro com prazer.

Flávia
     Flávia tinha dois anos, no máximo, e falava tudo. Aprendeu muito cedo a dizer seu nome. E eu exibia essa facilidade, com um toque pessoal.
     - Flávia, diz seu nome para esses tios.
     Ela não titubeava:  - Flávia Viana Ribeiro.”
     Era a deixa que eu precisava:
     - O nome todo, completo.
     E ela, compenetrada, respondia:
     - Flávia Viana Ribeiro Gostosinha do Papai.
     Até hoje, passados tantos anos, eu sorrio quando lembro desses momentos.

Fabiana
     Fabiana, quatro anos mais nova, passou a ser o xodó de todos, incluindo Flávia. Quando tinha seus dez, onze anos, exibia o pai para as amigas. Por essa época, eu ainda circulava nas quadras de futebol de salão com alguma desenvoltura. Em dias de jogos contra equipes de outros condomínios, ela sempre aparecia e pedia um gol especial para ela.
     Na quadra, com esse estímulo, eu não sossegava enquanto não marcava o ‘seu’ gol, normalmente de calcanhar, ou de letra (desculpem a imodéstia). Olhava para ela, que, cercada pelas amigas, sorria e mandava um beijo.

     Fabiana era assim.

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