sábado, 4 de outubro de 2014

Dignidade não tem preço

     Ao iniciar esse blog, há um par de anos, estimulado por amigos, deixei bem claro que o espaço não era apenas meu, mas aberto às discussões, à troca de ideias, ao saudável exercício do contraditório. Jamais censurei algum comentário, desde que feito com educação e respeito.
     Com o passar do tempo, tive a felicidade de ver que o número de acessos aumentava progressivamente, por afinidade ou curiosidade. Sendo, como é, um espaço aberto ao público, é evidente que poderia gerar reações contrárias, especialmente porque não me omito em relação a temas polêmicos.
     Tenho as minhas convicções e as exponho, de forma independente. Depois de 40 anos de jornalismo diário, nos principais veículos de informação do Rio de Janeiro, nos quais ocupei, sempre, posições de comando, conquistei o direito de, se necessário - e de acordo com minha consciência - confrontar os poderosos de plantão.
     Nada devo a nenhum deles. Jamais tive um emprego público, assessoria ou 'boquinha', assim como nunca fui filiado a qualquer partido político. Digo o que penso, com todos os adjetivos possíveis. E vou continuar assim. É minha maneira de servir ao país. Ao país das minhas filhas e netos.
     Não desculpo ladrões, sejam eles 'ideológicos' ou mero oportunistas. Se dependesse apenas de mim, todos estariam presos. Lamento, profundamente, a cegueira que atinge parte da nossa população, incapaz de reagir à grilagem das riquezas nacionais, ao uso das instituições como adereços de projetos espúrios de poder.
     Lugar de quadrilheiros é na cadeia, independentemente do matiz. Hoje, não resta a menor dúvida, nas pessoas minimamente decentes, de que o grupo de está no poder subverteu todas as regras de decoro, de dignidade. Jamais tivemos um Governo (e entendo esse governo como algo que já dura doze anos) tão viciado, tão degradado.
     Os próximos dias ou semanas serão, certamente, ricos em informações sobre o tamanho do assalto aos cofres públicos perpetrado por agentes do poder. As 'delações premiadas' do ex-diretor da Petrobras e do doleiro oficial da bandidagem irão expor um grau de depravação inédito, estratosférico, capaz - com já escrevi aqui mesmo - de transformar os gestores do Mensalão do Governo Lula em meros ladrões de galinheiro.
     Há quem se omita ou desculpe essa gente, com argumentos tão vagabundos quanto o comportamento dos quadrilheiros. Que chafurde com eles.


Um comentário:

  1. Devo concordar. Nunca tanta corrupção foi levada a público e pela primeira vez na história podemos nos orgulhar por ter grileiros do erário público, poderosos e do partido no poder, serem indiciados julgados e condenados.

    Só me preocupa é voltar a dar o poder àqueles que nunca conseguiram identificar, denunciar com provas substanciais e levar à justiça para condenação um único poderoso.

    Devemos temer as quadrilhas existentes e ter muito cuidado em não dar poder àqueles que ao invés de combater vai ajudar a esconder os crimes "cortando as asas" dos investigadores e fiscalizadores que no Brasil sempre tiveram que voar baixo prendendo negros, miseráveis e ladrões de galinhas.

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