sábado, 25 de outubro de 2014

Dignidade e devassidão

     Vários fatores nessa campanha eleitoral me abalaram e, de certa maneira, parte das minhas convicções em relação ao conceito de dignidade de um contingente de pessoas teoricamente informadas e responsáveis. A cegueira absoluta em relação à degradação moral dessa lastimável Era Lula, que chega aos 12 anos, é, talvez, o principal.
     O Mensalão, denunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, um parceiro do então presidente Lula, com quem almoçava constantemente e a quem brindava com apresentações de música clássica, no Palácio do Planalto, é apontado como uma manobra oposicionista, algo menor, e não como o que foi: um assalto não apenas aos cofres públicos, mas à nossa institucionalidade.
     Ao roubar para si, para suas campanhas, para pagar contas de políticos da legenda, o PT cometeu um crime capital, é verdade. Mas foi ao subornar partidos e políticos periféricos que ousou conspurcar a Nação, interferindo diretamente em um dos três poderes, na base do regime democrático, no País como órgão vivo.
     Ao produzir, mais tarde, dossiês falsos para atingir adversários, o esquema de poder apenas revelou uma das suas faces mais marcantes: a canalhice, o uso de todas as armas, sejam quais forem, para destruir reputações e, assim, consolidar sua hegemonia. E esse episódio lastimável de nossa história recente também é convenientemente esquecido.
     O mais recente escândalo – espero que seja o último – petista escancarou definitivamente o caráter deletério dos nossos governantes atuais. O esquema de desvio de dinheiro – bilhões de reais!!! – é algo sem similares na vida nacional. A devastação da nossa maior empresa, a Petrobras, não teve precedentes. Logo a Petrobras, que essa gente anuncia defender e que, de fato, privatizou. Seus novos donos - dela, Petrobras - são os desqualificados que deveriam dirigir esse país e que foram flagrados estuprando seus cofres.
     A dimensão desse lamaçal exposto pelos administradores da roubalheira, embora imaginada, não foi estabelecida, de fato. Há indícios claros de que o PT e seus aliados mais próximos serão dizimados. As tais tenebrosas transações já alinhavadas antecipam a chegada, aí sim, de um tsunami sem igual, que pode – mesmo!!! – desembocar na condenação à prisão de um ex-presidente e da atual mandatária.
     Não há aparelhamento do Supremo Tribunal Federal que resista a uma torrente de fatos, recibos, comprovantes de depósitos, planilhas de pagamento e dados bancários de contas no exterior que serão apresentados à Nação durante o inexorável julgamento dessa que é a maior quadrilha de bandoleiros de todos os tempos.
     Não são conjecturas, suposições ou reles disputa entre partidos e partidários políticos. A devastação do país é algo que transcende uma ou outra eleição. Ela terá reflexos nas próximas gerações, na necessária reconstrução do país sob uma direção digna. Já a partir de 2015, ou daqui a um, dois, três ou quatro anos.

     Para encerrar: vagabundos e desordeiros atacaram ontem à noite a sede da Editora Abril, em São Paulo, inconformados com a divulgação, pela revista Veja, da denúncia sobre o envolvimento direto do ex-presidente Lula e da atual presidente Dilma nas pilantragens ocorridas na Petrobras, Correios e várias outras empresas. 
     Essa atitude, fascista, é outra das heranças malditas que essa lastimável era de devassidão vai deixar para as próximas gerações.

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