Vários fatores nessa campanha eleitoral me abalaram e, de
certa maneira, parte das minhas convicções em relação ao conceito de dignidade
de um contingente de pessoas teoricamente informadas e responsáveis. A cegueira
absoluta em relação à degradação moral dessa lastimável Era Lula, que chega aos
12 anos, é, talvez, o principal.
O Mensalão, denunciado pelo ex-deputado Roberto Jefferson,
um parceiro do então presidente Lula, com quem almoçava constantemente e a quem
brindava com apresentações de música clássica, no Palácio do Planalto, é
apontado como uma manobra oposicionista, algo menor, e não como o que foi: um
assalto não apenas aos cofres públicos, mas à nossa institucionalidade.
Ao roubar para si, para suas campanhas, para pagar contas de
políticos da legenda, o PT cometeu um crime capital, é verdade. Mas foi ao
subornar partidos e políticos periféricos que ousou conspurcar a Nação,
interferindo diretamente em um dos três poderes, na base do regime democrático,
no País como órgão vivo.
Ao produzir, mais tarde, dossiês falsos para atingir adversários, o
esquema de poder apenas revelou uma das suas faces mais marcantes: a canalhice,
o uso de todas as armas, sejam quais forem, para destruir reputações e, assim,
consolidar sua hegemonia. E esse episódio lastimável de nossa história recente
também é convenientemente esquecido.
O mais recente escândalo – espero que seja o último –
petista escancarou definitivamente o caráter deletério dos nossos governantes
atuais. O esquema de desvio de dinheiro – bilhões de reais!!! – é algo sem
similares na vida nacional. A devastação da nossa maior empresa, a Petrobras,
não teve precedentes. Logo a Petrobras, que essa gente anuncia defender e que,
de fato, privatizou. Seus novos donos - dela, Petrobras - são os
desqualificados que deveriam dirigir esse país e que foram flagrados estuprando seus cofres.
A dimensão desse lamaçal exposto pelos administradores da
roubalheira, embora imaginada, não foi estabelecida, de fato. Há indícios
claros de que o PT e seus aliados mais próximos serão dizimados. As tais
tenebrosas transações já alinhavadas antecipam a chegada, aí sim, de um tsunami
sem igual, que pode – mesmo!!! – desembocar na condenação à prisão de um
ex-presidente e da atual mandatária.
Não há aparelhamento do Supremo Tribunal Federal que resista
a uma torrente de fatos, recibos, comprovantes de depósitos, planilhas de
pagamento e dados bancários de contas no exterior que serão apresentados à
Nação durante o inexorável julgamento dessa que é a maior quadrilha de
bandoleiros de todos os tempos.
Não são conjecturas, suposições ou reles disputa entre
partidos e partidários políticos. A devastação do país é algo que transcende uma
ou outra eleição. Ela terá reflexos nas próximas gerações, na necessária reconstrução
do país sob uma direção digna. Já a partir de 2015, ou daqui a um, dois, três
ou quatro anos.
Para encerrar: vagabundos e desordeiros atacaram ontem à
noite a sede da Editora Abril, em São Paulo, inconformados com a divulgação, pela
revista Veja, da denúncia sobre o envolvimento direto do ex-presidente Lula e
da atual presidente Dilma nas pilantragens ocorridas na Petrobras, Correios e
várias outras empresas.
Essa atitude, fascista, é outra das heranças malditas
que essa lastimável era de devassidão vai deixar para as próximas gerações.
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