domingo, 14 de setembro de 2014

Um discurso ignominioso

     Há muito tempo – há onze anos, oito meses e 14 dias, para ser bem exato – não espero qualquer coisa de aproveitável nos discursos oriundos do Palácio do Planalto. Seus dois ocupantes ao longo desse tempo são, certamente, os mais medíocres de toda a nossa história republicana. Talvez rivalizem com um personagem também absolutamente nefasto para a nossa vida institucional, o ex-presidente Fernando Collor de Melo, atual senador e aliado dos poderosos de plantão.
     Ao longo de oito anos, o ex-presidente Lula brindou o país com sandices impensadas até mesmo para alguém tão despreparado quanto ele. Como jamais teve qualquer compromisso com a verdade ou com a decência pública, mentiu, inventou, agrediu e distorceu fatos e versões. Negou os roubos de seus comparsas, acusou-os e voltou a defende-los, sempre ao sabor do momento, desdizendo o que acabara de dizer.
     Sua sucessora, mais discreta, por não dispor de um décimo de seu inegável (e trágico, para o país) carisma, conteve-se enquanto conseguiu, limitando-se a repetir obviedades ditadas pelos marqueteiros de plantão. Há pouco mais de um ano e meio, quando os temas relacionados à eleição, começaram a se tornar mais recorrentes, obrou a frase que pode ser estampada como a que marca sua ‘visão política’: “Em eleição vale tudo”.
     Os fatos comprovam a tese. Para se reeleger, vem usando o País como fonte do que podemos chamar de propina eleitoral. Sua ação irresponsável ficou mais evidente no processo de devastação da Petrobras, privatizada por uma quadrilha a serviço do projeto de poder petista e – ninguém é de ferro!!! – do próprio bolso.
     Os discursos quase tão incompreensíveis quanto deletérios foram se avolumando até desaguarem nos últimos tempos, quando configurou-se, de fato, a possibilidade de mudança de guarda em Brasília. E, aí, passamos a ver que, em eleição, vale tudo, mesmo, pelo menos para a presidente e seu grupo.
     A candidata Marina Silva pôde sentir, então, o peso da ignomínia de seus ex-companheiros, entre eles a própria presidente, autora, hoje, de uma frase que simboliza seu desprezo pelo respeito o próximo, pela liturgia do cargo que ainda ocupa: “Coitadinho não pode ser presidente”, disse, referindo-se à reação magoada de sua concorrente face às agressões que vem sofrendo do PT.

     Talvez tenha razão. Pode ser que “coitadinho” – algo que Marina definitivamente não é!- não possa dirigir um país. Assim como quadrilheiros, corruptos e outros desqualificados não poderiam, mas ...

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