Há muito tempo – há onze anos, oito meses e 14 dias, para
ser bem exato – não espero qualquer coisa de aproveitável nos discursos
oriundos do Palácio do Planalto. Seus dois ocupantes ao longo desse tempo são,
certamente, os mais medíocres de toda a nossa história republicana. Talvez
rivalizem com um personagem também absolutamente nefasto para a nossa vida institucional,
o ex-presidente Fernando Collor de Melo, atual senador e aliado dos poderosos
de plantão.
Ao longo de oito anos, o ex-presidente Lula brindou o país
com sandices impensadas até mesmo para alguém tão despreparado quanto ele. Como
jamais teve qualquer compromisso com a verdade ou com a decência pública,
mentiu, inventou, agrediu e distorceu fatos e versões. Negou os roubos de seus
comparsas, acusou-os e voltou a defende-los, sempre ao sabor do momento,
desdizendo o que acabara de dizer.
Sua sucessora, mais discreta, por não dispor de um décimo de
seu inegável (e trágico, para o país) carisma, conteve-se enquanto conseguiu,
limitando-se a repetir obviedades ditadas pelos marqueteiros de plantão. Há
pouco mais de um ano e meio, quando os temas relacionados à eleição, começaram
a se tornar mais recorrentes, obrou a frase que pode ser estampada como a que
marca sua ‘visão política’: “Em eleição vale tudo”.
Os fatos comprovam a tese. Para se reeleger, vem usando o
País como fonte do que podemos chamar de propina eleitoral. Sua ação irresponsável
ficou mais evidente no processo de devastação da Petrobras, privatizada por uma
quadrilha a serviço do projeto de poder petista e – ninguém é de ferro!!! – do
próprio bolso.
Os discursos quase tão incompreensíveis quanto deletérios
foram se avolumando até desaguarem nos últimos tempos, quando configurou-se, de
fato, a possibilidade de mudança de guarda em Brasília. E, aí, passamos a ver
que, em eleição, vale tudo, mesmo, pelo menos para a presidente e seu grupo.
A candidata Marina Silva pôde sentir, então, o peso da
ignomínia de seus ex-companheiros, entre eles a própria presidente, autora,
hoje, de uma frase que simboliza seu desprezo pelo respeito o próximo, pela
liturgia do cargo que ainda ocupa: “Coitadinho não pode ser presidente”, disse,
referindo-se à reação magoada de sua concorrente face às agressões que vem
sofrendo do PT.
Talvez tenha razão. Pode ser que “coitadinho” – algo que
Marina definitivamente não é!- não possa dirigir um país. Assim como
quadrilheiros, corruptos e outros desqualificados não poderiam, mas ...
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