Assistindo a um dos raros programas realmente interessantes
da tevê (aberta ou fechada, tanto faz ...), com exceção das séries, me descobri
concordando com um dos debatedores, o que é raro. Eu sei que sou extremamente
crítico e tendo a discordar de quase tudo e todos, a princípio. Segundo ele –
não lembro o nome, infelizmente - por
mais esdrúxula que seja, a explicação para o fato de esse lastimável governo
ainda não ter acabado (o adjetivo é meu) está, justamente, na avalanche de
escândalos. É isso mesmo: Dilma Rousseff ainda é presidente porque seu Governo
é um dos mais desastrosos e envolvidos em corrupção e descalabros de toda a
história brasileira.
Essa lógica, que poderia ser considerada tortuosa, tem sua
razão de ser. Ao contrário do que
aconteceu no Mensalão – um assalto específico aos cofres públicos que foi quase
totalmente destrinchado pela Polícia Federal e pela Justiça -, não há, hoje, ‘apenas’
um caso tenebroso sendo avaliado pela Justiça. Muito pelo contrário. São
diversos casos de pura devassidão, atravessando os mais diversos escalões desse
aparato petista que está à frente da Nação.
A roubalheira na Petrobras é tão-somente uma ramificação de
uma gigantesca teia de assaltos, desvios de dinheiro público, contratos
irregulares, corrupção. O Estado brasileiro capitaneado pelo Partido dos
Trabalhadores está se mostrando essencialmente depravado. E essa depravação
generalizada dificulta a absorção pela população, que não tem tempo de racionalizar
uma bandalheira específica, pois há sempre outra atropelando a anterior.
É evidente que, em algum momento, o cerco estará fechado
sobre determinadas pilantragens, as mais evidentes, pelo menos. E, aí, nesse
momento, o governo cairá de podre. A única chance de sobrevivência está no incremento
da estroinice, através da manipulação do Congresso e do aparelhamento total da
Justiça, projetos em andamento, sim, mas que podem não surtir o efeito
imaginado.
No caso da Justiça, em especial do STF, a atuação dos ministros
Joaquim Barbosa e Luiz Fux no julgamento do Mensalão do Governo Lula, por
exemplo, evidenciou a independência de magistrados colocados no STF pelo PT. É
o que o País espera do último indicado e do candidato atual, ainda à espera da
sabatina do Senado.
De qualquer modo, o volume de vigarices é tão assustador
que dificilmente passará incólume, ao fim, embora contribua para postergar o
encerramento dessa era lastimável da nossa vida pública.
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