sexta-feira, 24 de abril de 2015

Pela democracia

     Uma notícia relativamente curta, num canto em uma das duas páginas de O Globo destinadas ao noticiário internacional, é o exemplo mais acabado de como usar a democracia para vilipendiá-la. O Congresso venezuelano acaba de aprovar, por instância do Governo desse inescrupuloso e boçal Nicolás Maduro, uma modificação na legislação eleitoral, alterando a representatividade de determinadas regiões.
     Em síntese, seria como dar a Roraima o direito de eleger mais deputados do que Minas Gerais, por exemplo. Com um detalhe: desde que Roraima fosse comprovadamente governista, é claro. É a essência do casuísmo vagabundo, da pilantragem bolivariana tão do agrado dessa lastimável geração de políticos que governa o Brasil há doze anos e quase quatro meses.
     Maduro, embora estúpido e ignorante, sabe que perderá, em termos absolutos, a próxima eleição, ainda indefinida. Assim como perdeu a última. E está se preparando para manter o poder no Congresso, manipulando a realidade e agredindo a decência, como bom seguidor de Hugo Chávez, o ainda insepulto coronel de opereta bufa que ele, Maduro, costuma vislumbrar esvoaçando pelo palácio ou flanando nas nuvens.
     É uma tática muito semelhante à adotada em outras republiquetas sul-americanas, como as argentina e peruana, em especial, alicerçadas sobre a mais repugnante soma de populismo, demagogia e corrupção.
     Qualquer semelhança com o Brasil de hoje não é mera coincidência. Ao contrário. A ‘fórmula’ levada ao extremo pelo governo venezuelano está presente no imaginário e prática dos nossos atuais detentores do poder. Impossibilitados de dominar o país apenas pela força, os ‘bolivarianos’ de vários matizes têm se esmerado no processo de solapar as instituições, comprando apoios e aparelhando todas as instâncias de decisão.
     É o que o PT vem fazendo sistematicamente. Eleito democraticamente, vem devastando e corrompendo nossas instituições, através de subornos e da compra formal de consciências, mediante a oferta de cargos e/ou do pagamento em espécie. 




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