Nossa presidente continua firma na sua proposta de reescrever
os fatos. Hoje, em uma solenidade aqui no Rio de Janeiro, saiu-se com essa
pérola: “A Petrobras já limpou o que tinha que limpar”. Como se a desratização
fosse o resultado de iniciativa própria, e não o produto das descobertas
estarrecedoras resultantes da Operação Lava-Jato. Repetiu, com outras palavras,
o discurso mambembe de ontem, sobre a o volume de prisões realizadas em seu
Governo, esquecendo de citar que a bandidagem fazia e, em alguns casos, continua fazendo parte de seu círculo mais próximo.
Menos, presidente. Anda há muita sujeira a ser varrida,
apesar dos esforços oficiais para cercear as investigações, segundo indicam os
desdobramentos do que parecia ser um caso menor, envolvendo um par de meliantes
comuns. A devastação produzida na Petrobras pela quadrilha liderada por petistas
e assemelhados está sendo destrinchada progressiva e metodicamente pela Justiça
e Polícia Federais.
Mal tivemos informações sobre as duas ou três delações
premiadas. Há mais uma dezena sendo formatada, ampliando, em muito, o raio de
ação e o número de envolvidos nesse que é o maior escândalo (em números absolutos)
da nossa história política. O relativo silêncio dos jovens procuradores que
investigam o caso não deve ser confundido com o esgotamento das evidências do
assalto institucional aos cofres públicos.
Ao contrário. A equipe coordenada pelo juiz Sérgio Moro tem
sio absolutamente disciplinada e minuciosa. Suas decisões são o resultado de
meses de um trabalho cirúrgico, irrepreensível, que só acusa quando não há mais
a menor dúvida sobre a responsabilidade criminal. As próximas semanas nos
reservam muitas emoções, independentes da vontade ou dos discursos marqueteiros
da turma do Planalto.
E só para não deixar passar: a ex-presidente da Petrobras,
Graça Fortes, está incluída no lixo que a presidente Dilma afirmou ter sido
varrido da empresa?
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