quinta-feira, 9 de abril de 2015

A sujeira continua

     Nossa presidente continua firma na sua proposta de reescrever os fatos. Hoje, em uma solenidade aqui no Rio de Janeiro, saiu-se com essa pérola: “A Petrobras já limpou o que tinha que limpar”. Como se a desratização fosse o resultado de iniciativa própria, e não o produto das descobertas estarrecedoras resultantes da Operação Lava-Jato. Repetiu, com outras palavras, o discurso mambembe de ontem, sobre a o volume de prisões realizadas em seu Governo, esquecendo de citar que a bandidagem fazia e, em alguns casos, continua fazendo parte de seu círculo mais próximo.
     Menos, presidente. Anda há muita sujeira a ser varrida, apesar dos esforços oficiais para cercear as investigações, segundo indicam os desdobramentos do que parecia ser um caso menor, envolvendo um par de meliantes comuns. A devastação produzida na Petrobras pela quadrilha liderada por petistas e assemelhados está sendo destrinchada progressiva e metodicamente pela Justiça e Polícia Federais.
     Mal tivemos informações sobre as duas ou três delações premiadas. Há mais uma dezena sendo formatada, ampliando, em muito, o raio de ação e o número de envolvidos nesse que é o maior escândalo (em números absolutos) da nossa história política. O relativo silêncio dos jovens procuradores que investigam o caso não deve ser confundido com o esgotamento das evidências do assalto institucional aos cofres públicos.
     Ao contrário. A equipe coordenada pelo juiz Sérgio Moro tem sio absolutamente disciplinada e minuciosa. Suas decisões são o resultado de meses de um trabalho cirúrgico, irrepreensível, que só acusa quando não há mais a menor dúvida sobre a responsabilidade criminal. As próximas semanas nos reservam muitas emoções, independentes da vontade ou dos discursos marqueteiros da turma do Planalto.
     E só para não deixar passar: a ex-presidente da Petrobras, Graça Fortes, está incluída no lixo que a presidente Dilma afirmou ter sido varrido da empresa?


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