quinta-feira, 24 de julho de 2014

O direito à paz

     Não há análise, ponderação, equanimidade.  Assistimos, sim, ao massacre de Israel, condenado a ser devastado por foguetes lançados por terroristas e atingido por fanatizados homens-bomba, sem que tenha o direito de se defender. É evidente que prevalece, em qualquer pessoa com um mínimo de sentimento, uma enorme dor ao deparar com cenas chocantes de crianças mortas na Faixa de Gaza.
     Lamento, profundamente, no entanto, que essa emoção não seja compartilhada justamente por aqueles que usam inocentes não apenas com escudos humanos – como fazem sistematicamente os terroristas do Hamas -, mas como peças de propaganda. Quanto mais cadáveres, melhor para sua pregação, para sua obsessiva luta para destruir Israel, em especial, e os demais infiéis, em geral.
     A argumentação do uso excessivo de força por parte dos israelenses não se sustenta. Ao contrário do que afirmam seus detratores, a resposta é razoavelmente proporcional à sua força. Na verdade, é inferior. Gaza poderia ser simplesmente varrida do mapa, se assim Israel desejasse. Não tenho dúvida alguma em afirmar que, se tivessem a oportunidade de usar armas mais destrutivas, os terroristas do Hamas certamente já teriam eliminado Israel por completo.
     Os recentes incidentes, que já provocaram a morte de centenas de pessoas – grande parte civis -, foram uma resposta ao ataque sistemático proveniente de Gaza. É impossível exigir-se de uma nação que aceite resignadamente ser atingida por dezenas de foguetes, diariamente. Há um limite, e esse limite chegou, infelizmente.
     Os terroristas do Hamas tiveram a oportunidade, há alguns dias, de interromper a mortandade, mas não atenderam ao cessar-fogo proposto por nações negociadoras e aceito por Israel. Mantiveram os ataques, apostando no acirramento do conflito e no aumento do número de mortes de ‘civis inocentes’, sua grande arma de propaganda.
     Açodadamente, como sempre, nosso governo tomou partido de um dos lados, convocando o embaixador brasileiro. A resposta israelense foi rápida: um dos funcionários do Ministério do Exterior classificou o Brasil de “anão diplomático”, exatamente no que fomos transformados nos últimos doze anos, ao longo dos quais nos aliamos sistematicamente o que há de mais deletério no mundo (Venezuela, Cuba, Irã, Coreia do Norte, ditaduras assassinas africanas e assemelhados).
     Ignora-se, por conveniência - e por um assustador antissemitismo!!! -, que os terroristas do Hamas não contam, sequer, com o apoio formal de seus vizinhos egípcios e jordanianos, que vêm mantendo uma trégua respeitosa com Israel.

     O que está em jogo, nessa região tão conturbada, não é o direito inalienável à autodeterminação de um povo, o palestino. Mas o direito de outros povos sobreviverem sem o medo de que um foguete caia sobre suas cabeças.

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