quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Só se fala do Cunha ...

     Os marqueteiros sempre de plantão no Palácio Alvorada merecem a bolada que ganham, aqui e – ficamos sabendo no Mensalão e agora, no Petrolão – em paraísos fiscais. Dinheiro roubado, é claro, pois a turma que está no poder há 13 anos é chegada a uma investida nos cofres públicos, como as investigações da Operação Lava Jato estão provando e comprovando.
     Não se fala em outro nome, no Brasil. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ainda e renitentemente presidente da Câmara, é o grande vilão, o inimigo número um da democracia, o ladrão por natureza, manipulador de consciências, articulador de manobras espúrias, ameaças, favorecimentos, chantagens. E se alguém tão deplorável como ele é a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, fica evidente que ela é a ‘mocinha’.
     Esse ‘raciocínio’ – empurrado goela abaixo da população diariamente – de tão pueril, chega a ser indecente. Mas vem dando certo, de algum modo. É essa manipulação de emoções, um verdadeiro estelionato retórico, o único argumento dos que se alinham a esse grupo – a tal ‘quadrilha’, a que se referiu o ex-ministro Joaquim Barbosa, quando julgava o primeiro grande escândalo da era petista, a compra de apoios e distribuição de dinheiro roubado durante o governo Lula.
     Não há dúvida de que Eduardo Cunha, pelo que apontam as investigações, é passível, sim, de cassação. Também é evidente que ele usa todos os meios à sua disposição para tentar escapar do processo que, ao fim, poderá sepultá-lo em uma cela da Papuda, ou similar.
     Mas também é evidente, cristalino, que a ainda presidente Dilma Rousseff, por atos executados durante o ofício, e que contrariam frontalmente a Lei, pode ser apeada do poder, democraticamente. E não estou me prendendo, apenas, às tais ‘pedaladas fiscais’, que afrontam a inteireza que se exige de governantes. Há, ainda, o processo referente ao uso de dinheiro roubado da Petrobras na sua – dela, Dilma – candidatura, que corre no TSE.
     Não é pouca coisa, meus caros (“não é ‘bolinho’”, diria uma amiga, não muito feliz com a divulgação das vigarices oficiais). Por muito menos -  muito menos, mesmo!!! -, o atual senador Fernando Collor foi chutado merecidamente do Palácio, num processo alimentado especialmente pelo PT, cujo candidato à presidência, Lula, fora derrotado pelo ‘caçador de marajás’, naqueles idos de 1989.
     Não houve nada sequer parecido com o Mensalão. Petrolão? Nem de longe. O grande símbolo da pilantragem colorida foi a compra de um modesto Fiat Elba com dinheiro de procedência ‘duvidosa’. Hoje, aliado de seus algozes, Collor desfila pela esplanada de Brasília a bordo de carrões dignos de um Cristiano Ronaldo e recebe toda reverência de seus novos e fraternos amigos.
     Em contrapartida, o PT, ao longo dessa quadra trágica para a história brasileira, teve um ex-presidente, dois tesoureiros e diversos deputados presos e condenados. E a lista tende a aumentar exponencialmente, com o andamento das investigações lideradas pelo determinado juiz Sérgio Moro e por uma equipe de procuradores íntegros e imbuídos do espírito de missão. Ainda há muita podridão escondida nos desvãos petistas e assemelhados, como vaticinam os investigadores.
     O senador Delcídio do Amaral, por exemplo, ainda não contou o que sua mulher quer que ele conte. O sigilo bancário e telefônico de um dos filhos de Lula só agora foi quebrado. O conteúdo de várias colaborações premiadas ainda não foi aberto, por envolverem políticos.

     Mas só se fala de Cunha. Os 'caras' da propaganda são bons, mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário